sábado, dezembro 27, 2008

o funcionamento de certos canivetes


plurifuncionalidade vaidosa e exuberante do canivete suiço

Um tio meu tinha um canivete pequenino de dois gumes, que tirava constantemente do bolso para a mais variadas situações. Tudo parecia resolver-se com aquele canivete, já nem me lembro o quê – abrir uma caixa, raspar uma mancha, cortar uma rolha, fazer um furinho para qualquer coisa. Ele era guarda-livros e fazia as folhas da contabilidade à mão. Servia-lhe também de raspadeira para rasurar as palavras gravadas a tinta permanente.
O canivete funciona como uma extensão da mão, como funcionam as ferramentas todas. Fazem aquilo que o melhor instrumento não consegue, ainda que comandados por essa mesma mão.
Eu tenho vários canivetes, que infelizmente - ou não - acabam por se tornar também em verdadeiros amuletos. Quando se perdem é uma tristeza irreparável, ainda que a funcionalidade possa ser substituída. Apenas a funcionalidade.

Gosto de os afiar, para além da lâmina afiada que já trazem.
Não me interessam os canivetes suíços, embora os respeite pela plurifuncionalidade, às vezes vaidosa e exuberante. Agora até fabricaram canivetes suíços com a função de leitor de mp 3
Nem me interessam canivetes de dupla lâmina ou do tipo borboleta, os célebres "butterflies". Interessam-me mais as histórias à volta dos canivetes.
Reproduzo a imagem de dois canivetes que utilizo, um no bolso - o canivete velho -,








outro de uma grande elegância que deixo sempre em casa:



















(este nem sequer o afio para não lhe desvirtuar a beleza da lâmina)

E há outros canivetes que funcionam como objectos históricos, como este que era do meu pai, de quem herdei o nome.






sexta-feira, dezembro 26, 2008

arranjar emprego




















terça-feira, dezembro 23, 2008

Festas
















Nos princípios do século XX, como não havia uma grande industrialização de postais alusivos à quadra do Natal, colavam estas etiquetas a imagens para transmitir qualquer coisa. E porque ao evocar a família se associam chegadas e partidas, alguém as carimbou com Alegres Festas.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Farmácias e farmácias


















Há já algum tempo que ando de olho nas farmácias. Esta, a Farmácia Santa Cruz, tiro-a agora do anonimato, depois daquela referência há um ano. Porque me impressinou o modo como fui tratado. E bate tudo certo com o que já aqui foi dito. A notícia de jornal que digitalizei merece ser clicada com a mãozinha para ampliar e ser lida. As farmácias geridas com inteligência e bom senso podem contrapôr-se a certas assepsias das relações "industrialmente farmacêuticas".
De qualquer modo ficamos sempre a pensar nas farmácias como centro de ajuda local, comunitária. O perigo é quando as farmácias vão além do que lhes é pedido, o que não é o caso, de modo algum.
A Farmácia Santa Cruz merece uma visita em hora de ponta. Aqui, depois de tirar a senha, a espera é mais mais suportável e humanizada.
E isto não é publicidade.
E se fosse?
Ah, e não se esqueçam de clicar nos links, que é para se comprender melhor o funcionamento destas coisas.


PS - A foto do primeiro post "linkado" não correspode à farmácia real. Corresponde a uma idealização de farmácia.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Parabéns Manoel de Oliveira
















http://br.youtube.com/watch?v=NDFDpXITOoA

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Manuel de Oliveira corredor

Quem guarda tem.
Esta imagem é de 1940. Guardei a revista que andava lá por casa, é lá que está a fotografia que reproduzo. Acho que é uma raridade. Não sei se alguém terá outro exemplar.
Eu já o ouvi falar com admiração no seu irmão Casimiro de Oliveira, o corredor de automóveis, como se dizia então. Nestas lides e naquele tempo o Manoel ficou menos conhecido do que o Casimiro, mas sabe-se do seu gosto pelo carro que conduziu em provas, um Edford, nomeadamente naquela que ganhou, no Gradil, em 1938. Um filho dele também se chama Casimiro, Manoel Casimiro.

fotografia e legenda em: Anuário do Grémio dos Importadores, Agentes e Vendedores de Automóveis e Acessórios do Norte, 1º ano, 1940.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Nós era mais coboiadas















imagem de Aniki-Bóbó

O Porto da infância do Manoel de Oliveira tem algumas coincidências espaciais com o Porto da minha infância. No liceu Alexandre Herculano, quando tínhamos tempo nos “feriados” (eram raras as aulas de substituição) íamos até certos lugares perto do rio, não longe daqueles onde foi filmado o Aniki Bóbó, filme que nem sequer conhecíamos, embora já estivesse feito há muito tempo.
Nós era mais coboiadas.

















Gary Cooper e Grace Kelly em High Noon
( tradução: O comboio apitou três vezes, tá-se mesmo a ver)

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Manoel de Oliveira e o automóvel


Não me esqueço nunca de uma entrevista de Ana Sousa Dias a Manoel de Oliveira, em que ela, às tantas, lhe pergunta qual era o seu carro preferido. Ele pensa, pensa, hesita e depois, como se respondesse a uma questão essencial, menciona o Bugatti.
Claro que era uma questão essencial, que o levou a reflectir alguns segundos, até se afirmar na preferência pelo Bugatti, um assunto tão importante como uma opção cinematográfica ou de vida.
Às vezes encontramo-nos num objecto, ou no caminho que percorremos até encontrar esse objecto.

Ficou-me um certo Bugatti que eu já trazia debaixo de olho. E, em homenagem ao Mestre, deixo alguns Bugattis encontrados aleatoriamente na net.













segunda-feira, dezembro 01, 2008

VENDA DE NATAL

desenho de António Ferra


Quem não vê não peca. A Venda de Natal s
erve para travar o consumo. O que pode ser bom para o bolso, mas mau para o PIB. O que é preciso é encontrar o equilíbrio, neste mundo em que o contrário também pode ser verdadeiro.