
João,
Lá acabei por comprar o livro do figurão do Pacheco. Pelos tais quinze euros, numa dita feira do livro de metro, estação do Saldanha. Ainda lá ficaram quatro ou cinco. Os outros da mesma colecção custavam dois euros e meio. Eles sabem muito, ou sabem aquilo que têm de saber. Mas ainda bem, desta série de escritos tenho os
Exercícios de Estilo,
Literatura Comestível e
Textos Malditos. Também tenho outras coisas, como a
Comunidade, e acho mesmo que perdi aquela edição tipo
plaquette (plaqueta, como escreve o LP) do
Libertino passeia por Braga. Que se lixe, tenho o mesmo texto nos
Textos Malditos, da saudosa Afrodite, com belas ilustrações do Henrique Manuel. Esta edição tem piada também pela capa, o autor,
André Carrilho, é um belíssimo caricaturista e agora faz uns
vídeos muito bem esgalhados.
A propósito disto, lembrei-me agora que, há dias, dizias que muitos livreiros se queixavam dessas vendas a granel que lhes andam a lixar o negócio. É assim o
funcionamento, ainda há uns tempos pus no
blog uma coisa de Inglaterra,
bookshop keepers a queixarem-se das organizações humanitárias (como
Oxfam) que os tramavam com o regime
second hand. Mas aqui não é a mesma coisa, há mais oportunismo a fazer pela vidinha e, claro, a bolsa do leitor agradece, nas profundíssimas tintas para a moralidade do comércio.
De resto, estou deliciado com a leitura (e releitura), há lá muita coisa que eu não conhecia, tem ensaios críticos fabulosos que vale a pena ler, como "Uma Voz calmante: Natália Correia", "O equívoco do B.-B", "Jorge de Sena em Órbita" ou "Meio Século de Surreal em Portugal", entre muitos outros. Falo destes porque sei alguma coisa do que se passou com o surrealismo por cá.
Bem, fico por aqui, até para a outra semana, que nesta não me dá jeito ir aí na quinta-feira, tenho de ir outra vez ao dentista. Na outra abre a minha exposição
Ur Banismos, mas é na terça-feira.
Abraço
AF