Mon Oncle
Às sete horas, arrumava os livros de deves e haveres na secretária, cobria a máquina de escrever com uma capa de pergamoide e saía entre até-amanhãs e brejeirices de ocasião, sem contabilizar as beatas num cinzeiro esmaltado.
Quando chegava à rua, olhava as montras acesas e distraía-se no recorte de certas árvores, numa memória de infância guardada em arca d’água.»
(AF - adaptação de fragmento de «Bio grafia»)
Fotografia do meu tio João Oliveira, contabilista - guarda-livros, uma interessante designação - que faria hoje anos (não sei quantos). Além de meu grande amigo era uma figura notável, a quem passei a chamar o alegre Humphrey Bogart.