sexta-feira, julho 01, 2005

sombra

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vai secar a lama este verão eterno onde o rosto se desfigura
de tanto querer olhar
apenas uma árvore,
apenas uma árvore para se dar um nome
para trocar as rugas do tronco ou de uma sombra,
nas margens deste rio que nem sequer tocam o céu,
o céu de um azul baço que acontece quando o equinócio muda
no último poema à serena morte sobre o rio
rodeado de casas com goteiras por onde escorrem sonhos
sobre fendas imprevistas


(mulheres e homens falam na traição do riso
sob paredes de aço, de tecidos inacabados nas fábricas do medo,
na esperança desfeita da mudança de clima
sem o aviso prévio das palavras,
dos sons do berço,
da grafia exacta)

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