ciganos electrónicos
O trompete era uma melancolia de infância no meu bairro. As notas estendiam-se na rua, ecoavam por entre casas baixas. O que mais me surpreendeu foi a partilha do silêncio de certas emoções entre os moradores da rua onde habito hoje. Lembro-me logo do trompete mágico que aparece no filme “Rio Bravo”, do Hawks, acordando o Dean Martin para a realidade do álcool.
Lá em baixo, o cigano de bigode e cabelo preto brilhante tocava, imóvel, com muita precisão, sem falhar uma nota, junto ao microfone do trem que transportava um sintetizador, uma bateria de automóvel e um microfone incorporado. A sua companheira, de cabelos pretos, olhava à volta, com um cesto na mão direita onde recolhia donativos. E não era pedinchice, pelo contrário, as pessoas é que vinham à janela e chamavam-na para pagarem o serviço sem preço fixo. A mulher sorria com a boca e os olhos, numa expressão de prazer. Até o homem do “lugar de fruta” daqui da rua, aparentemente tão empedernido perante este conjunto romântico, lhes levou um saco de maçãs.
Lá em baixo, o cigano de bigode e cabelo preto brilhante tocava, imóvel, com muita precisão, sem falhar uma nota, junto ao microfone do trem que transportava um sintetizador, uma bateria de automóvel e um microfone incorporado. A sua companheira, de cabelos pretos, olhava à volta, com um cesto na mão direita onde recolhia donativos. E não era pedinchice, pelo contrário, as pessoas é que vinham à janela e chamavam-na para pagarem o serviço sem preço fixo. A mulher sorria com a boca e os olhos, numa expressão de prazer. Até o homem do “lugar de fruta” daqui da rua, aparentemente tão empedernido perante este conjunto romântico, lhes levou um saco de maçãs.
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