figura de estilo
e a propósito das figuras de estilo, ela disse-me que, no fundo, só existia uma, a metáfora. Tinha razão, mas aquela observação caiu-me cá dentro duma maneira! De facto, uma hipérbole, em certo sentido, também é uma metáfora. Depois lembrei-me de umas coisas que há anos tinha lido num livro do Ortega y Gasset, “La Deshumanización del Arte”, em que ele dizia “a metáfora radica no tabu”. E explicava e desenvolvia esta ideia, isto é, por uma questão de tabu não é mencionada a coisa, tal como acontecia nas civilizações “ditas primitivas” Em vez da coisa menciona-se outra que a substitua, com valor semelhante, analógico, comparativo. A própria linguagem humana, é uma metáfora, segundo Eugenio Coseriu, em “O homem e a sua Linguagem”. Embora ele não faça esta afirmação de modo peremptório, deixa entender tal possibilidade. Sobretudo quando fala na metáfora contida no eufemismo, nomeadamente no que se refere à morte.
1 Comentários:
Olá, Antônio Ferra,
gostei da proposta do seu blog e, especialmente, deste texto. Ele fez-me lembrar de Foucault, dos ditos, não-ditos e interditos sociais existentes nos discursos.
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A metáfora é, unicamente, uma forma de exprimir o que não se pode dizer claramente? Há arte sem polissemia?...
Seja expressão dos silêncios, seja transfiguração da realidade; não há arte sem a "deformação" dos signos.
Essa bela "imagem", na postagem exposta, é uma boa demonstração disso.
Obrigada por essa leitura e reflexão.
Abraços,
Hercília F.
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