Natália, ainda
O que me impressiona em muitos retratos de Natália Correia é este olhar que revela uma determinação invulgar da mulher que defendeu as suas ideias, às vezes com uma intransigência aparente. Como se risse da sua própria teimosia. Recordo-a em entrevistas e aparições públicas.
A sua veia satírica não passa despercebida, pois, além do mais, insere-se naquilo que é genuinamente português. Desde os cancioneiros, quando a língua portuguesa ensaiava ligeiros passos da diferenciação.
Já não sei se é país se é orfanato
Pois nem vela, nem reza, nem sabá
Impede que em berreiro e desacato
Ande tudo à procura do papá.
(...)
in Cantigas de Risadilha, O Bisnau, nº1, 1983
in Cantigas de Risadilha, O Bisnau, nº1, 1983
2 Comentários:
My dear friend...
... a não ser que agora se diga assim, não me parece que ande tudo atrás do papá, não. Acho que tudo corre atrás de coisas outras.
:þ
Evocar Natália, é homenagearmos a Liberdade, a Poesia, a Irreverência sempre saudável de quem tinha um Bar (o Botequim), para o encontro necessário, tal como o António Ferra faz neste blogue.
P.S.No Botequim... quem ganhava era o Barman. A Natália era a proprietária... como o poeta "que não sabia nada de finanças"... Espero que a blogosfera ainda não tenha dono...
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