quarta-feira, outubro 12, 2005

o homem de braço ao peito

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Uma vez comprei, na Feira da Ladra uma série de postais dirigidos à mesma pessoa, na mesma localidade, algures no Alentejo. Quase se poderiam construir certos momentos de uma história, a partir dali. Uma história real que tinha a ver com a primeira guerra, onde proliferavam imagens com militares ou com hospitais de campanha em que os feridos exibiam a sua condição de fragilidade, junto de “Florence Nightingales” muito maternais.
Lembrei-me que se escreveram romances através de cartas inventadas – “As ligações Perigosas”, por exemplo -, sobretudo no século XVIII e XIX. Algumas cartas não obtinham resposta e deixavam o autor ou autora num monólogo repetido, um discurso angustiante, porque não tinha retorno. Como nas “Lettres Portugaises” (1669), atribuídas à freira conhecida por Soror Mariana Alcoforado:
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(...) Que há-de ser de mim? Que queres que eu te faça? Estou tão longe de tudo quanto imaginei! Esperava que me escrevesses de toda a parte por onde passasses e que as tuas cartas fossem longas; que alimentasses a minha paixão com a esperança de voltar a ver-te; que uma inteira confiança na tua fidelidade me desse algum sossego, e ficasse, apesar de tudo, num estado suportável, sem excessivo sofrimento. (...)

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