domingo, junho 29, 2008

a eficácia das rimas















A rima funciona como a manifestação da posse de um segredo cabalístico que permite, por especialidade de alguns eleitos, privar com certos mistérios. É o que parece acontecer com a quintilha transcrita, numa atitude inovadora por sair do molde da habitual quadra.
A poesia, enquanto revelação, propagou-se com bordões e rimas, desde o tempo das frases feitas na oralidade. E também porque era mais fácil difundir histórias, pensamentos e estados de alma através delas, se fossem memorizadas através do ritmo, que tem necessariamente a ver com o corpo - a primeira realidade imediata. Aedos e trovadores tinham a tarefa faciciltada.
O verso branco tornar-se-á ainda mais branco, quando os suportes de fixação linguísticas se adpataram à tecnologia, de Gutemberg a Bill Gates.
Por isso volto a este tema, tentando perceber a vontade de difundir o segredo da circulação em tubos - fenómeno que tanto alimentou este blog, sobretudo nos primórdios.

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