Já algumas vezes coloquei aqui "posts" sobre
separadores. Agora seguem-se marcadores. Dão muito jeito porque marcam a página onde se vai na leitura ou assinalam a localização de alguma passagem que se queira ter em conta.
Eu tenho muitos marcadores, mas, geralmente, para marcar a página de um livro, uso outros objectos - um lápis, um bocado de papel, um cigarrro, um cotonete, uma tira de papel higiénico, a folha de uma planta do vaso, uma borboleta seca... em casos extremos dobro um cantinho da página, mas isso é raro. É que os meus muitos marcadres nunca estão no sítio certo. Além disso, quando compro um livro com oferta de marcador, separo logo o dito, não sei porquê, se calhar para a colecção dispersa pela casa.
Este marcador, aqui na imagem, é do livro
Efeito Borboleta e outras histórias, de
José Mário Silva. Funciona para chamadas de atenção no conto que
acabei de ler, nunca para o conto que
estou a ler, porque não dá para parar a meio de um conto, ou outra narrativa deste livro, já que as
very short stories não se podem partir, têm de ser tiradas uma a uma desta espécie de
short store.
Vejamos um exemplo:
Pesca à Linha
«Antigamente era tudo mais simples. Eu chegava-me ao rochedo, saltava para aquela ponta exuta que nem a mais traiçoeira das ondas consegue atingir, pousava o saco e o farnel e o balde com isco, ...»
Eu não posso dizer vou em isco, depois continuo. Mas uma pessoa pode mesmo ficar agarrada ao isco, ou seja, presa ao livro, como é o caso.
O mesmo se passa na última narrativa do livro, com o título
O que está no meio não interessa
«Era uma vez e foram felizes para sempre»
Admirável esta capacidade de José Mário Silva de lidar com o essencial, as coisas "inúteis" foram cortadas. Inutilia truncat, alguma voz lhe diz, o que vem de encontro a pensamentos e gestos que também partilho e já viram a luz neste funcionamento de certas coisas.
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