mimos e bisontes
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O artista é um mimo. Refaz no seu gesto, que pode ser corporal, oral, escrito, por imagem interposta, etc., os movimentos com que gosta de identificar-se. Através dele, as coisas, o universo inteiro, fazem-se humanos e comunicáveis, não indirectamente, por intermédio de símblos e conceitros da ciência, mas directamente, pela sensibilidade.
O acto da mimagem exprime a consciência da identificação com a coisa mimada e faz participar nessa identificação aqueles que são sensibilizados por esse acto.Os homens da pré-história mimavam os animais nas máscaras, nas danças rituais, nos gritos e nas pinturas e desenhos que nos ficaram na rocha das cavernas e que reproduzem de forma impressionante o que há de essencial no animal reproduzido. Por outro lado, eles caçavam os mesmos animais que eternizavam através da mimagem. Devemos supor que a caça e a mimagem exprimem duas atitudes opostas. Na mimagem o animal é o sujeito com que o artista-mimo se identifica; na caça é o objecto perseguido e finalmente aniquilado. Por efeito da mimagem o bisonte permanece na memária, que é a rocha pintada, desenhada ou esculpida das cavernas. Por efeito da caça (convergindo com outros factores não humanos) o mesmo bisonte desapreceu da fauna terrreste.
O acto da mimagem exprime a consciência da identificação com a coisa mimada e faz participar nessa identificação aqueles que são sensibilizados por esse acto.Os homens da pré-história mimavam os animais nas máscaras, nas danças rituais, nos gritos e nas pinturas e desenhos que nos ficaram na rocha das cavernas e que reproduzem de forma impressionante o que há de essencial no animal reproduzido. Por outro lado, eles caçavam os mesmos animais que eternizavam através da mimagem. Devemos supor que a caça e a mimagem exprimem duas atitudes opostas. Na mimagem o animal é o sujeito com que o artista-mimo se identifica; na caça é o objecto perseguido e finalmente aniquilado. Por efeito da mimagem o bisonte permanece na memária, que é a rocha pintada, desenhada ou esculpida das cavernas. Por efeito da caça (convergindo com outros factores não humanos) o mesmo bisonte desapreceu da fauna terrreste.
António José Saraiva, Ser ou não ser arte - estudos e ensaios de metaliteratura
Uma vez vi um espectáculo de Marcel Marceau no S.Luís, nos anos oitenta, creio. Previlégio meu, era exactamente o que há muito esperava: vê-lo a pairar, a voar com as aves, a ser coisas, pessoas ou animais, com variadas emoções estampadas no corpo e na cara, que funcionava como máscara da persona, um ecrã que ele criava e oferecia, enquanto pessoa, actor e mito.
Ao mimar incorporava o objecto mimado, tansportava a máscara versátil onde cabiam a alegria, o espanto, a tristeza...
Podia largar a máscara quando quisesse, tavez só a largasse em casa ou na rua, não sei.
A.Ferra, bisontes, 2005
1 Comentários:
Já assisti a vários espectáculos de mimos incluindo Marcel Marceau, mas esse, nasceu mimo.
:)
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