quinta-feira, junho 25, 2020

CLARA EM CASTELO







Escreve o Amadeu Baptista, poeta e amigo que muito admiro:

Novo livro de António Ferra, ‘Clara em Castelo’, editado pela Douda Correria. Trata-se de um conjunto de poemas que reafirmam a pujança do autor, que, como os poemas do livro denotam, não abandonando a vertente satírica de livros anteriores, desta vez se amplia numa outra densidade poética, que, na minha opinião, se ergue através de um expressionismo corrosivo e corruptor. O quotidiano que se lê nesta obra está contagiada pelo vírus de uma doença visceral, que tudo contamina, inclusivamente a própria linguagem, fazendo, inclusive, da desconstrução da língua uma arma de leitura da nossa contemporaneidade e, diria, de merecido e devotado contra-ataque, exactamente como é de esperar de um poeta que não se rende, não se vende e não vacila. Uma tiragem de 50 exemplares mostra a que ponto caiu a actividade editorial deste país, que, no entanto, se obstina em fazer contínuas cedências ao que não merece difusão e muito menos publicação. Guardarei o meu exemplar religiosamente, sorte de quem teve acesso a esta pequena jóia, este pequeno, grande, doce veneno.

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