os dias de e o consumo
foto trabalhada, sem referência
(…)
Tanto verso, às vezes curto, a euro e meio,
tanta sílaba dividida pelos cêntimos!
Vendem os poetas versos livres
ou as métricas saídas do paleio
onde se finge a dor que não se sente,
se fere a angústia e fecha o cerco ao sentimento
de Pessoas ao dispor de toda a gente
(e digo isto porque tenho lido coisas!...
ai, meu Deus, que parecem ser mesmo verdade,
se calhar um poeta nunca mente.)
(…)
Mas, por quem sois, se arrumais carros nas pracetas,
não entreis na versalhada ao desbarato, é tempo de ir
comprar poemas avulso para os bolsos.
No entanto, comprai poucos,
podeis crer que as letras não são tretas
andamos todos é a ler-nos uns aos outros.
António Ferra, excerto de "a poesia é caríssima", inédito, 2003, série poemas satíricos
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