portas fechadas
Fotografia de AF, 2004
Ouvem-se gemidos à porta de templos dispersos, o ruído das dívidas de sangue perante o silêncio da fome. Estendem-se pela noite as breves refeições, feitas agora de laços e memórias - insónias à espera da reconversão das mãos para as máquinas do tempo incerto. E nenhum álcool vale à química dos astros, às esculturas de vidro, aos tecidos estampados nas faces sem futuro. Quebrou-se o círculo de néon, restam as almas esbatidas nas soluções de recurso, muros improvisados, pedras soltas que se espalham no dia seguinte a qualquer porta fechada.
de O desemprego dos dias, 2005
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial