quarta-feira, novembro 30, 2005

enigma


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António Ferra, colagem, retrato, 2004

Leio, leio, leio, e não percebo nada. Dizem que as máscaras se transformam em lugares, e depois pergunto se aquela impotência para decifrar o enigma da esfinge é apenas um gozo da tragédia. Ou foi, de facto, como se conta? Que sei eu perante o mistério intrincado e desusado das palavras no voo da filosofia? A solidão é mais sentida na ignorância dos mitos, presos à idealização grega do equilíbrio de amor e simetria.
inédito, ensaio diarístico

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