para o fim de semana, a não perder
a não perder
o malabarista na baixa pombalina
desabitada no outono
a não perder
o jogo das cadeiras num salão
tingido de sopros em surdina
a não perder
as luzes apagadas pela mão da homeless
dormindo em quartos de cartão
a não perder
as almas quase sempre diletantes
na melodia burilada que entristece
a não perder
o rosto de um artista a querer sorrir
destinado a corridas fulgurantes
a não perder
o espectáculo da escrita do poeta
à procura dos poemas a parir
a não perder
o riso das mulheres feitas de noite
de lábios acesos ao morrer
(um hábito vestido a destoar)
a não perder
Antonio Ferra, inédito, 2003, série "satírica"
1 Comentários:
forte.~
tem muita força este poema.~
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