sábado, novembro 05, 2005

o funcionamento das galochas

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Será que Wellington se chamava Wellington por causa das botas, ou as wellingtons chamam-se assim por causa de Wellington?
A resposta é desnecessária, porque o que interessa, neste momento, é perceber a natureza do material que impede a água de entrar. A borracha é impermeável, não se deixa permear, não deixa que a água entre pelo meio dos interstícios. Ou seja a capilaridade é nula, por definição. Filosoficamente, a água tem sempre uma remota possibilidade de entrar, porque água mole em pedra dura..., até serem separados os elementos elásticos que constituem o todo da borracha protectora. A propriedade elástica liga-se com a possibilidade de um elemento se deformar e voltar, posteriormente, à forma inicial.
Diz-se que uma pessoa é mais ou menos permeável às idéias e opiniões dos outros. Há algumas que são mais rígidas e parecem ser menos permeáveis. Podem sofrer de falta de elasticidade mental e terem dificuldade de adaptação ao meio. Mas diz-se também que há pessoas volúveis ao vento, são uma espécie de cata-ventos.
Diz-se que o segredo da existência está em encontrar um equilíbrio entre a estaca - inamovível - e o junco - que se deixa vergar pelo vento e pela água. E então coloca-se a questão do prazer contido da moderação, porque o prazer - extremo - está justamente no excesso. O resto são “pequenos prazeres”.

O equilíbrio prende-se com:

a justa medida (subjacente a certo ideal grego que se contrapõe aos excessos dionisíacos)
o epicurismo (o maior bem na vida é o prazer, enquanto prática da virtude e da cultura do espírito)
a aurea mediocritas dos latinos (retomada por vários poetas renascentistas), que é apenas uma mediocridade doirada.

Postado isto, “Beba com moderação”. Se quiser.

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