pequeno tratado de gramática
Para entender um povo é preciso entender-lhe a gramática, ver como ele trata a substância, de que cores a pinta, o que faz com ela quando o sol nasce e quando a noite vem. Nos dias frios, nas noites sonâmbulas.
Em que fase da lua se opera a sintaxe da oferta das flores a quem se ama?
A gramática é a regulação da vida, é o exercício do poder.
A gramática são as normas instituídas pelo estado que determina comportamentos previsíveis.
Para entender um povo é preciso descrever o modo como conjuga os verbos, se é perdulário no uso das mais ínfimas partículas de ligação ou se armazena intenções no corpo das palavras – articulações de nomes, parentescos e pertenças, sofrimentos silenciados.
Mas sem desafiar e transgredir as normas não pode crescer e arar a terra com os movimentos ritmados que se diluem no futuro.
4 Comentários:
De grande valia....adorei!
Grande abraço,
Elaine Lucas
Belo texto que agradeço com votos de Bom Ano Novo.
abraço
Joana Ruas
... da métrica o espaço que estala na garganta ...
... arrumar o desarrumo desencanta...
tão pequeno que fiquei a querer mais. :-)
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