sábado, março 17, 2007

restos de feira
















São restos de feira onde se negociou a tarde, peças de roupa usadas no tempo
em que os objectos eram o prolongamento do corpo,
















a ausência das palavras entre as cores amolecidas pela sombra. E os livros
com a resposta pronta das narrativas etéreas onde ninguém viveu,
















no meio de fitas de nastro esquecidas numa retrosaria do bairro destruído
pela urgência de condomínios vazios, ao lado de panos de chita com flores
do campo onde se partilhavam as merendas em voz alta.

2 Comentários:

Às 1:06 PM , Blogger M disse...

E na terça seguinte lá estão de novo as mesmas coisas estendidas no chão.

 
Às 12:20 AM , Blogger Júlio Pêgo disse...

Imagens sugerindo o poema, o tempo amarelecido, a espuma da cidade no final de cada 3ª Feira, segundo disse "m".
Júlio

 

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