As coisas boas

Clicando na imagem pode ler-se que cerca de 2500 toneladas de papel e de cartão vão parar ao ecoponto errado.

Provavelmente não há uma predisposição para reciclar, ou pelo menos para separar o que deve ser reciclado.

Quase em fim do ano de 2009, proponho-me deitar fora os papéis que já não tenham utilidade. Interrogo-me sobre os locais onde os vou colocar.

Devia haver um contentor para as facturas com importâncias exageradas em função daquilo que se adquiriu; outro para as cartas indesejadas; outro para emails importunos; outro onde se colocassem os convites para os acontecimentos onde não quisemos estar presentes; outro para a publicidade enganosa e outro para a publicidade às coisas que gostaríamos de ter, mas não compramos; outro para as palavras que deixaram de significar.

E outro contentor para lenços de papel contaminados por vírus que levam ao consumo excessivo de certas coisas boas, correndo o risco de lhes quebrar o encanto.

Alexandre O' Neill faria hoje oitenta e cinco anos

Em 1946, por um motivo banal, abandona a casa dos pais e passa a viver com um tio. O´Neill reproduziu várias vezes a "discussão" travada com o pai antes de abandonar sua casa:

"- Alexandre, leva o guarda chuva.
- Não é preciso, pai. Não chove.
- Chove. Leva o guarda chuva.
- Não é preciso, pai.
- Já te disse que levas o guarda-chuva.
- Não levo o guarda-chuva e nunca mais cá apareço..."