domingo, dezembro 30, 2007

os votos do quiosque















fotografia de Jorge jacinto

sábado, dezembro 29, 2007

economia familiar


A economia familiar é que resiste à massificação dos comércios. Reduzem-se os custos, os salários entram para o bolo comum, arriscam-se vendas a preços competitivos. Para além disso, criam-se imagens de unidade e estabilidade que se podem transmitir através de um simples "ticket", onde está impresso:

Mãe, filho e nora trazem-lhe o congelado que você mais adora

segunda-feira, dezembro 24, 2007

o azul do quiosque




















O quiosque situado em frente do Centro Comercial Fonte Nova, em Benfica, é uma cabana azul forrada com jornais e revistas. Funciona como uma espécie de observatório do consumo, segundo o dono, que se queixa da baixa das vendas. Diz que se vendem menos jornais e revistas, porque não são artigos de primeira necessidade, lamentando a concorrência – cerca de dez postos de venda dos mesmos produtos ali nas redondezas – e o desinteresse pelo papel impresso motivado, segundo ele, pela perda do poder de compra, pelo excesso de jornais gratuitos e pela informação veiculada pela internet, jornais on line incluídos.
Continua a defender que é importante para o leitor sentar-se confortavelmente para manusear o papel. Mas acha que agora ainda vai ser pior, porque se vai perdendo, cada vez mais, o hábito de ir para uma mesa de café ler o jornal, tomar um café e fumar um cigarro do pouco tabaco que ainda vende.
Uma coisa ninguém lhe pode tirar: a simpatia e a boa disposição com que atende os clientes. A maior parte fieis à casinha azul, onde com ele trocam os comentários sobre futebol entre os fait divers que por ali circulam com a sua piada de circunstância.
Situado em Benfica, mas portista militante de raiz, o nosso amigo (que me pede um anonimato quase impossível) possui um notável fair play com os mais directos adversários desportivos, a maior parte dos seus clientes, afinal, a quem mostra com um sorriso a sua pronúncia do norte. Ali, as picardias clubísticas são inofensivas e cheias de bom humor.
É de lá ir, é de lá ir e tornar-se habitué, não se paga mais por isso.


sexta-feira, dezembro 21, 2007

farmácia em desuso




















Hoje estive numa farmácia com muita gente aguardando a sua vez, como é habitual. Mas o que não é habitual é uma funcionária, de vez em quando, interromper o atendimento - aquela coisa das voltas com as receitas, mais a ida às gavetinhas - e falar para a geral, assim:«desculpem estar à espera»
Hei-de lá ir outra vez.
(esta postagem dá-me uma certa sensação de déja vu)

sábado, dezembro 15, 2007

reutilização do movimento

ROMEO, JULIET AND CALLAS

terça-feira, dezembro 11, 2007

funcionamento de um leitor gravador de vídeo


fotografias de um de leitor-gravador de vídeo esventrado, para ver como funcionava, trabalhadas depois num programa de imagem

















Como funciona um leitor gravador de vídeo?
O VHS, sim, o Video Home System. O sistema de vídeo na casa onde moramos por acaso.

Os segredos da sua interioridade deslumbram-me.
(não são segredos, são enredos feitos daquela trama onde se conjugam os fios como se fossem verbos que exprimem movimento.)


















E a roda polida e solta onde as imagens se cruzam e sucedem, espelhadas num tambor imaculadamente cromado?
Daqui os actores cumprimentam a audiência que ainda aguarda ansiosa uma lágrima e um sorriso digital, um canguru da National Geographic num salto imprevisível sobre um discurso político.
É por aí que se guardam as imagens que a memória não se atreve a registar, apesar da réplica dos circuitos impressos. Às vezes quase apetece segui-los com uma caneta e rescrevê-los na sombra de uma caixa negra onde piscam a vermelho as horas, os minutos, os segundos.


















Stop, Play e Rewind é a vida de cada um de nós que, numa noite de Inverno, fixamos no texto os olhos impregnados pelas imagens que nunca mais veremos, porque o tempo é mais curto do que as voltas dos circuitos expressos.

Fast Forward é talvez a melhor escolha, quando o blá blá blá nos entorpece.



sexta-feira, dezembro 07, 2007

Paris e Hollywood













Esta é uma imagem da última Time. Lembra-me o meu francês de quase berço. Depois, muito depois, veio a tecnologia que arrastava no Kit o inglês de todo o mundo e ninguém. Vinha da América onde sorriam de sabonete e pasta dos dentes as estrelas de Hollywood.

Os estereotipos ainda funcionam como marca identitária, para sobrevivência dos caricaturistas e cartunistas.

Mas certos estereotipos desaparecem, como a menina que falava piano e tocava francês.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

dois modos de ler














Leituras, de Consuelo Lins
www.overmundo.com.br

terça-feira, dezembro 04, 2007

leituras

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pintura de Courbet

ler por fora do texto